terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

A pedra pintada de Itajá


Domingo passado, eu coloquei o despertador para as quatro da madrugada; contudo, ainda me levantei um pouco antes disso. Tomei café, comi duas bananas, amarrei a bomba de inflar e o kit de reparo no bagageiro da bicicleta, peguei a bolsa e saí pedalando às quatro e meia, ainda no escuro.
Quando cheguei à periferia de Itajá, me encontrei com Evanildo Cesar, com o qual fui pedalando até a casa do pai dele, seu Cícero, não muito distante do trevo da BR304 com a pista que, passando por São Rafael, vai até Caicó.
Gustavo, outro ciclista que iria com a gente, não apareceu no local de encontro e assim seguimos logo pedalando apenas os dois; atravessamos toda a cidade e pegamos a BR, que tem acostamento asfaltado em ótimas condições.
A primeira ladeira que encaramos parece não terminar nunca, mas, com santa paciência e força nas pernas, chegamos ao topo dela e seguimos a pedalada sem outras dificuldades até o trevo de São Rafael, distante uns cinco quilômetros do de Itajá.
A estrada lá não tem acostamento nenhum e após poucas centenas de metros começa outra ladeira das que parecem não ter fim. Quando, já nos três quartos da ladeira, o declivo aumenta um pouco, achei que tivesse chegado a hora certa para dar uma parada e bater umas fotos do amanhecer. Também aproveitei para tomar uns goles de café e comer quatro biscoitos. Descansados, seguimos pedalando até a casa de seu Cicero, pouco distante.
A pedra pintada está mesmo no quintal da casa dele, atrás do cercado das cabras. Trata-se do único registro oficial de petróglifos no município de Itajá/RN. Fazia tempo que estava com vontade de conhecer o local e nesse dia finalmente fomos. Agradeço o amigo Evanildo pela oportunidade.
A grande pedra se encontra nas margens de um riacho que seca na estiagem e que, na época da chuva, no local até cria uma lagoazinha. Uma localização típica por uma itacoaticara, perto de um curso de água.
Os petróglifos são poucos e mal conservados. Tirei a foto de todos eles. Perguntei para Evanildo se no topo da pedra tivesse mais pinturas e ele me disse que não.
Confirmei no GPS a posição do local e voltamos às bicicletas para a pedalada de volta.
O retorno foi todo por caminhos de terra, numa pedalada tão boa que não me deu tempo ou vontade de parar e tirar uma foto. Quem conhecia o caminho certo era o meu amigo, que segui confiante, sempre pedalando a uma boa distancia de segurança nesse percurso misto de terra, pedras e areia fofa, com curvas rápidas e algumas descidas íngremes; ainda vou ver se consigo achar no wikiloc os singelos caminhos que percorremos.
Quando recomecei a orientar-me sozinho, reconhecendo uns lugares familiares, a gente já estava pelas bandas do Sítio São Francisco; num trevo, Evanildo dobrou por um lado e eu segui pro Sítio Araras, chegando em casa às sete e quarenta, três horas e dez minutos depois de ter saído. Acho que o percurso completo não deu 20 km, ou talvez pouco mais.

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