![]() |
foto de Mateus Martins |
A região do semiárido corresponde ao bioma Caatinga, o único genuinamente brasileiro, composto por oito ecorregioes, com cerca de 1 milhão de km2 e biodiversidade típica de climas secos. A maior parte dos rios é intermitente, com fluxos somente na estação das chuvas. O seu clima seco resulta, principalmente, da influencia de fatores atmosféricos do Atlântico. As medias anuais de temperatura são altas e as chuvas são poucas e muito irregulares de ano para ano; as chuvas variam de 400 a 800 mm ao ano. Em anos de chuva excessiva, ocorrem inundações. A ocupação humana da região passa dos 30 milhões de habitantes.
A Caatinga já teve mais de 70% de sua vegetação alterada pelo homem e o menor percentual de áreas protegidas com cerca de 1%. Já existem grandes núcleos em processo de desertificação: Gilbués (PI), Seridó (RN-PB), Cabrobó (PE), Iraucema (CE) e outros, num total de 181mil km2.
Os principais fatores de degradação da Caatinga são: 1. Desmatamento para atividade agropecuaria, pastagens e agricultura; 2. Extração da madeira para a construção de cercas, bem como para alimentar o fogo para a cozinha, restaurantes, industria da cerâmica, cal e siderurgia, que realizam desmatamento ilegais; 3. Garimpos que desmatam, degradam e contaminam o solo, e levam a desertificaçao; 4. Empreendimentos de infraestrutura, como açudes e hidroeletricas, mal planejados.
A região Nordeste sempre foi a mais vulteravel à instabilidade climática, pois é a mais castigada por altas temperaturas e secas prolongadas. A população depende da escassa agua armazenada em açudes e, durante as secas drásticas, ocorre a sede, a fome e o êxodo rural.
No futuro, com um aumento moderado da temperatura entre 2°C e 3°C, o semiárido poderá ser a região mais afetada pelo aquecimento global com as seguintes consequencias:
- Os estudos indicam que teríamos as chuvas ainda mais reduzidas e expostas aos altos índices de evaporação potencial.
- O lençol freático simplesmente desapareceria e seria o fim da irrigação.
- Os rios e açudes sumiriam para sempre.
- Se o clima passasse de semiárido para árido, haveria desertificaçao e teríamos o primeiro deserto no Brasil.
- A biodiversidade ficaria restrita a uma paisagem com poucas especies de clima árido, como as cactáceas.
- A atividade agricula seria inviabilizada pela degradação do solo e grandes hordas populacionais rurais e urbanas emigrariam para a periferia dos grandes centros do Nordeste e Sudeste.
Apos a crise global, as economias, assim como as emissões, seguem a trajetória crescente vista na ultima década. Parece que até agora nenhuma solução está a altura do desafio. As negociações sobre um acordo climático justo, ambicioso e vinculante, assim como as medidas internas contra as mudanças climáticas antrópicas, mostram de maneira muito clara as fraquezas das organizações internacionais. Quando os caminhos de novos problemas, dos estilos de vida e dos padrões de produção se cruzam, gera-se um engarrafamento, pois ninguém se arrisca a desviar suaa rota primeiro. Para evitar um aprofundamento dessa ameaça, é de suma importância que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e outra agencias relacionadas passem por uma transformaçao dentro do sistema ONU, dando vida a uma Organização Mundial do Meio Ambiente, orgão internacional cujos procedimentos garantam a execução do seu mandato de maneira imparcial e independente.
Acreditamos que o atual sistema econômico capitalista não se encaixa no futuro da humanidade e reivindicamos um novo sistema global baseado em valores verdes como igualdade, justiça ambiental, ecologia e democracia.