sexta-feira, 28 de junho de 2019

Expedição Solstício de Inverno - segundo dia

 

Depois da grande remada do dia anterior, este segundo dia foi dedicado ao descanso físico e a organização do acampamento. O Campo Alfa tem vista privilegiada pro Leste e fica mediamente afastado de vilas e estradas. Geralmente, é possível passar vários dias sem encontrar ninguém, avistando de longe alguma canoa de pescador, ou escutando o barulho longínquo do motor de um barquinho.
O Campo Alfa está localizado num pequeno bosque de arvores de pequeno e médio porte, no alto de um rochedo. Quando o fundamos, em 2008, a barragem estava com um volume gigante e a água banhava o rochedo. O local era utilizado como rancho pelos pescadores locais. 

 
Quando o nível da barragem desceu muito, os pescadores deixaram de utiliza-lo, mas a gente não. Da margem até o acampamento, atualmente, tem mais de cem metros de distancia, numa encosta de morro com grandes pedras espalhadas.
Acordei bem cedinho, mas fiquei mais uma horinha na rede só apreciando o momento. Depois, acendi rapidinho o fogo e fiz um café.
Catei uns grandes galhos secos lá pertinho e com a serra os cortei em pedaços, para ter uma reserva boa de lenha pelo dia inteiro.



Desci até o rio duas vezes para conferir a canoa e escolher as coisas que ia precisar levar pro acampamento: cadeirinha baixa, tamborete, alimentos e água, tripé e outras bugigangas.
Na primeira descida, tive a sorte de avistar, contudo muito rapidamente, um exemplar de teju gigante, talvez o maior que já vi, até agora. Ele estava caçando na beirada e não ficou nem um pouco feliz da minha presença. Como é um bicho caçado e comido, o teju disparou com um pulo na água, por baixo das plantas aquáticas e prontamente sumiu.
Ao voltar pro acampamento, me dediquei a preparar logo o almoço, a primeira refeição quente da expedição: um risotto integral vegetariano, que leva na última hora, já fora do fogo, um ovo também.
Depois do almoço, fiquei ajeitando as coisas, para deixar o acampamento prático e seguro; com a tesoura de jardinagem, cortei todos os galhos finos que podem cegar um olho, num momento de desatenção. Também, afastei todas as folhas seca de perto da área da cozinha para evitar que o fogo se propague sem querer por todo lado.



Deitei na rede e fiquei pensando, que, todo mundo sabe, é uma de minhas atividades preferidas.
Quando deu umas quatro e meia, saímos com Cabeça por uma caminhada e fomos até um alto rochedo que dista um meio quilometro, de onde se admira um pôr do sol sensacional. E eu nem levei a câmera fotográfica. Voltamos por outro caminho, acompanhando a beirada. Ao chegar no local mais apropriado, um grupo de rochas banhadas pelo rios, tomei meu banho e rapidamente voltamos pro acampamento.
Depois de jantar, bem cedinho, coloquei a pequena espreguiçadeira numa larga pedra que tem logo fora da mancha de vegetação e ficamos um tempo com Cabeça só admirando o céu estrelado.
Fomos dormir bem antes da Lua nascer...


Fotografia de Jack d'Emilia

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