Carnaubal à periferia de Itajá - RN |
A carnaúba (nome científico Copernicia prunifera) é a palmeira
sertaneja do Nordeste. A árvore de vida longa já teve sua beleza e
exuberância divulgada em páginas da literatura brasileira. Escritores
como Mário de Andrade, José de Alencar e Euclides da Cunha a destacaram
em suas obras. Seu nome é derivado do tupi e significa árvore que
arranha, por conta da camada de espinhos que cobre a parte inferior do
caule.
A planta nasce em solos arenosos, alagadiços, várzeas ou margens dos
rios. O tom das folhas é verde, levemente azulado, em virtude da
cobertura de cera. Estudos indicam que a cera natural é uma proteção da
carnaúba para evitar a perda de água e, assim, adaptar-se bem as regiões
secas, como a Caatinga.
É a partir dessa cera natural que se produz papéis, batons, vernizes,
sabonetes, discos de vinil e outros itens. A cera é retirada
manualmente. As folhas são cortadas, passam por um processo de secagem
ao sol e a película vira um pó, sendo depois batida para ser separada da
palha. Depois de levada ao fogo junto com água vira uma calda da qual
se obtém a cera líquida. Os estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do
Norte são os principais produtores.
Todos os povos do grupo macro gê ainda
praticam a “corrida da arvore”, a qual os índios xucurus chamam
“montêgoni corroveara” usando termos do idioma “brobo” também falado
pelos janduis, canindés, panatis, moxoros, pegas e curemas. A palavra
“corroveara” significa carnaubeira.
Os
indios Tarairiú do Vale do Assu também faziam corridas com toras de
carnaúba. Nessas ocasiões, os homens exibiam suas qualidades fisicas
para as mulheres e novos casais se formavam.
A carnaúba chega a alcançar até 15 metros de altura. Seu caule reto e
cilíndrico tem um diâmetro que varia de 10 a 20 centímetros. A árvore dá
frutos no período que vai de novembro a março. São esverdeados quando
jovens e ficam roxos quando amadurecem. Seus frutos são bem aproveitados
para alimentar animais de criação. Já a polpa serve para a produção de
farinha e extração de um líquido leitoso. A sua amêndoa também é usada
em substituição ao pó de café. Para isso, basta ser torrada e moída. As
folhas servem para fazer telhados de casas e as fibras viram sacos,
cestos, redes.
Confeccionados com a palha da carnaúba, os artesanatos produzidos dessa palmeira são bastante diversificados. Bolsas, cestos, chapéus, caixas, esteiras, bandejas e objetos variados
para decoração são confeccionados por meio do trançado da palha.