quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Dicas para observação de aves e fauna selvagem

foto de Jack d'Emilia


Informe-se sobre as espécies de aves que habitam o local que você escolheu 

Pesquise sobre o comportamento de cada família ou gênero. Existem vários guias especializados que podem ser usados para consulta. Ir ao lugar certo e saber o que procurar é o primeiro passo para uma boa passarinhada. 

Use trajes adequados 

Se você for entrar em uma área florestal, deve usar uma roupa discreta e, de preferência, camuflada com o ambiente para evitar que a ave se assuste e fuja. Use tons mais escuros de verde para mata e cerradão e tons mais claros de verde ou cáqui para cerrados baixos e campos. De modo geral, sua chance de ver e fotografar aves em vida livre aumenta se o seu disfarce é bom. 

Fique em silêncio 

O silêncio e uma caminhada silenciosa são fundamentais para não espantar as aves. Limite a conversa ao mínimo essencial e pise ‘leve’, sobretudo se a trilha está coberta de folhas secas. Se for preciso afastar ramos com as mãos, faça isso devagar. Quando encontrá-las, não se aproxime muito para não assustá-las. 

Não se aproxime muito 

Chegar perto demais de uma ave silvestre pode oferecer risco, para você e para ela. Há chance de transmissão de doenças (de você para a ave e vice-versa) e de acidentes (arranhões ou bicadas). Evite, sobretudo, tocar filhotes, mesmo quando parecem abandonados. Muitos filhotes ficam sozinhos enquanto os pais buscam alimento e sua interferência gera estresse. 

Preste atenção aos horários 

As primeiras horas da manhã e o final da tarde são os horários de maior atividade das aves. Mas algumas espécies têm hábitos diferenciados, portanto, procure saber os horários e as épocas do ano de maior atividade de cada uma. Corujas, urutaus, bacuraus… só poderão ser observadas durante a noite. 

Use um bom equipamento de observação 

O uso de equipamentos se torna essencial para uma boa observação.
Binóculo 
O mais básico deles é o binóculo, Indispensável para uma boa observação. Escolha um modelo com aumento de pelo menos 8 a 10 vezes e boa luminosidade. Geralmente são os binóculos com lentes de diâmetro maior, que também são mais fáceis de focar. Isso ajuda muito na hora de encontrar a ave em meio a folhagens antes que ela voe. Existem binóculos com dispositivo para reduzir vibrações, o que é interessante, porém custam mais caro. Confira ainda o peso dos vários modelos e prefira o mais leve. Depois de vários minutos segurando os binóculos na altura dos olhos ou algumas horas levando-os pendurados no pescoço, o peso começa a fazer diferença.
Play-back 
Também pode-se usar um play-back, a melhor opção é um equipamento de MP3 que grave e reproduza sons com clareza. É mais leve, tão eficiente quanto o velho gravador de fita cassete, e suficiente para fins de observação. Boa parte dos observadores faz suas próprias gravações e as reproduz de imediato. Mas também é possível adquirir CDs com cantos de diversas aves, como a edição Vozes da Amazônia Brasileira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com 340 espécies de aves em 4 CDs. Grandes livrarias e lojas especializadas em artigos para biólogos têm algumas opções de CDs à venda, caso da Livraria Cultura. Ainda é possível copiar as vocalizações na internet, em sites abertos, como o  Wikiaves.
Câmera fotográfica 
Outra alternativa é utilizar câmeras fotográficas. A popularização das câmeras digitais também aliviou o peso do equipamento de campo dos observadores, multiplicando as boas fotos. Se você pretende comprar uma câmera principalmente para fotografar as aves observadas, prefira uma com mais de 5 Megapixels (e a configure em alta resolução). As lentes com zoom são mais práticas, pois você ajusta rapidamente ao lugar em que a ave aparece: mais próxima ou mais distante. A opção grande angular (primeiro número do zoom) não precisa ser menor do que 28 mm. Já a opção teleobjetiva (o segundo número do zoom) deve ser superior a 400 mm, quanto mais, melhor. Cuidado com o zoom digital, pois o resultado nem sempre é bom. Opte por lentes com zoom real superior a 400 mm. E atenção ao detalhe da luminosidade da lente: prefira as mais luminosas (pelo menos 3.2) para não precisar recorrer muito ao flash. Os modelos que permitem tanto focagem automática como manual são mais indicados. Embora o foco automático ajude muito quando a ave está em movimento, o foco manual é essencial para uma boa foto em ambientes com vegetação densa. Freqüentemente, se há detalhes demais em quadro, a câmera automática não consegue ‘decidir’ o que deve ser focado e você pode acabar só com as folhas nítidas e a ave desfocada. Se puder optar, prefira as câmeras SLR, que permitem visualização através da própria lente e, portanto, mostram fielmente o enquadramento que sairá na foto. Essas câmeras, mesmo digitais, ainda permitem trocar as lentes e optar por diversos modos de exposição. 
Flash – A maioria das câmeras digitais já vem com flash acoplado e dá a opção de acioná-lo como contraluz, ou seja, para compensar a luminosidade do céu e mostrar a ave pousada no alto de uma árvore. Assim você consegue mais detalhes do que a simples silhueta da ave e a reprodução mais fiel do colorido da plumagem. Se a observação for de espécies de mata densa, no entanto, o flash da câmera precisa do reforço de uma luz mais potente, capaz de iluminar aves a mais de 10 metros. Confira, portanto, se sua câmera tem saída para flash adicional, que precisa ser acoplado para disparar sincronizado com a foto. Na escolha do flash, verifique o alcance da luz (pelo menos até 20 metros) e as possibilidades de difusão e mudança do ângulo. Em muitos casos, é bom não dirigir a luz do flash diretamente para a ave, mas iluminar o ambiente, de modo a não assustá-la logo ao primeiro disparo.

Fonte: Wikiaves.com